segunda-feira, junho 29, 2009

IRRESPONSABILIDADES VÁRIAS

Excepto um ou outro pormenor sem relevância para o assunto, este post do A norte de Alvalade expressa bem aquilo que se passou no sábado aquando o ultimo (e decisivo) jogo do campeonato de juniores desta época.

Não existe verdadeiramente nada de novo no que aconteceu. Pelo que me foi dado ver e por alguns testemunhos de quem esteve no local, a confusão surgiu quando a "claque" do Benfica chegou (ou entrou) nas instalações da Academia, altura em que, por razões que desconheço, alguns sportinguistas a foram "esperar", entrando então em troca de agressões verbais e outras.

Na sequência e enquanto passavam por detrás da bancada provisória, a "claque" benfiquista, na troca de agressões, começou a lançar objectos (sobretudo pedras) para a própria bancada, originando a debandada dos espectadores e a consequente reacção dos restantes, começando as movimentações a que todos assistimos nas imagens.

Como já escrevi nada disto é novo, acontece em TODOS os derbis da capital, e chega mesmo a acontecer fora da realidade desportiva, seja ela o futebol ou outra.

Como é habitual nestas ocasiões cada um "puxa a brasa à sua sardinha", tentando livrar-se de responsabilidades, o que acontece neste caso a todas as instituições envolvidas.

No entanto e a meu ver, existe apenas uma instituição a quem devem ser exigidas explicações, e essa é a responsável pela segurança do evento, seja PSP ou, provavelmente mais correcto, a GNR.

São as forças de segurança que devem explicar porque razão não conseguiram controlar a multidão, quer a que acabava de chegar ao espaço (e relativamente reduzida) quer a que já lá se encontrava, e entre esta, os também poucos que optaram (e muito bem, mas esta é uma posição que entraria numa outra discussão) por se envolverem nos desacatos.

Aliás segundo o DN, existem diferenças de "interpretação" do que aconteceu entre as forças de segurança, o que imagino será investigado a fundo por quem de direito.

Termino por deixar algumas questões:

- Porque razão o Sporting cedeu bilhetes ao Benfica?
- Porque razão passou o Benfica esses bilhetes a uma claque ilegal e com quem, pelo que tem tornado publico, não mantêm nenhum tipo de relação?
- Em que se basearam as pessoas que afirmaram que a Academia não reune condições para que lá se disputem este tipo de jogos?
- Porque razão as forças de segurança não detiveram ninguém se podemos testemunhar pelas imagens vários elementos agressores, alguns deles ao alcance de um braço, a praticarem actos de violência?

sexta-feira, junho 19, 2009

ESTÁ MONTADO O...

terça-feira, junho 09, 2009

AS PRIMEIRAS NOTAS 09/10


Passando ao lado do fetiche do losango, que sabemos bem o que nos custou só na ultima época, são lançados os casos a resolver para o aumento de qualidade do grupo.

Aponta-se a saída de Romagnoli, com a qual estou 100% de acordo, e também de Tiuí (substituído por Saleiro) que julgo não ter qualidade para estar no plantel. Estes são casos mais ou menos pacificos, restando saber quem ingressará para o vértice ofensivo do losango (será o tal jogador "comercial", à boa maneira populista?).

Depois as coisas complicam-se um pouco. Começam por avançar a saída de Veloso, sendo que o jogador a entrar não será um trinco mas sim um interior, sobretudo um que consiga fazer vários lugares, isto porque para o lugar à frente da defesa existem Rochemback e Adrien (que "chegam e sobram", afirma o diário!!!). Eu afirmo muito claramente, um dos lugares que o plantel mais precisa ver reforçado é precisamente o de trinco, por não existir sequer um jogador, incluíndo Veloso, com as caracteristicas necessárias ao seu preenchimento, na óptica do futebol moderno.

Depois menciona-se a possibilidade de Tonel poder ser transferido, dada a sua actual posição subalterna no onze titular e a vontade de jogar sempre. Quanto a mim a dupla de centrais deveria ser Tonel e Carriço e a sair alguém deveria ser Polga.

Finalmente aposta-se, e bem, na entrada de André Marques para substituir Ronny (até que enfim), embora me pareça que também Grimi deveria dar lugar a um lateral esquerdo de mais capacidade, para agarrar a titularidade, sendo que o mesmo se aplica para a lateral direita, onde nem Abel nem Pedro Silva garantem a qualidade que um sistema como o losango impõe.

Resta saber se tudo isto se confirma ou não passa de um daqueles exercicios para fazer à beira mar, em período de férias, enquanto a bola não começa a rolar.

segunda-feira, junho 08, 2009

RECOMEÇAR, COM OS OLHOS NA REFERÊNCIA



Vídeo retirado do canal OFENSIVA 1906 no Youtube

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"O Damas entrou na minha vida na tarde de 25 de Março de 1984. Foi o dia em que em jogo a contar para a 23.ª jornada do Nacional da Primeira Divisão o Sporting bateu o Portimonense por 6-0 em Portimão, um jogo cujo relato ouvi com o meu avô, como de costume. Por essa altura o Damas era guarda-redes do Portimonense e eu ainda me lembro da maneira como a crónica da “Bola” descreveu a marcha do marcador: “na primeira parte, 0-1; na segunda parte, 0-5; na terceira parte (se houvesse), seria um chorrilho de golos uns atrás dos outros”. Tal fora a progressão do marcador e a melhoria da exibição do Sporting à medida que o jogo se aproximava do final.

À partida, tratava-se apenas de uma boa vitória do Sporting em terreno alheio, com o pormenor de cinco dos golos terem sido marcados na segunda parte. Porém, depois do jogo comecei a ouvir uns comentários que me chamaram a atenção. Afinal, parecia que o Damas jogava no Portimonense, mas na verdade era nosso, era do Sporting. Ouvi dizer que o coração falara mais alto, ouvi dizer que o Damas dera uma ajuda ao “seu” Sporting. Isso intrigou-me. Para mim, os jogadores do Sporting eram os que faziam parte do plantel do Sporting. Haver um jogador “do Sporting” a jogar no Portimonense era uma coisa absolutamente incompreensível.

Não creio que o Damas tenha feito “um jeitinho” ao Sporting nessa já longínqua tarde. Terá sido, apenas, um dia complicado, com o Portimonense a aguentar enquanto pôde e a “ir-se abaixo” quando o Sporting começou a marcar golos. Mas o que eu desconhecia na altura era a longa história de amor entre o Damas e o Sporting, entre o Damas e os sportinguistas. Não sabia que ele se tinha “feito” no Sporting, que tinha ido para Alvalade com 14 anos, que fora o inquilino indiscutível da nossa baliza anos a fio, incluindo o ano em que eu próprio nascera e no qual o Sporting fizera a dobradinha. Aliás, penso que nessa altura eu nem sabia que o Sporting ganhara o campeonato e a taça no meu ano natal. E por isso não compreendi a alegria e as expectativas quando, no final da época de 1983/84, se concretizou a transferência do Damas para o Sporting. O Damas voltou. O Damas está de regresso a casa. Com o Damas é que vai ser. O Damas.

Tudo isto por um guarda-redes? Um guarda-redes pode ser bom, mas quem as crianças idolatram são os avançados. O “tridente” Manuel Fernandes/ Jordão/ Oliveira, isso sim é que eram ídolos. Agora um guarda-redes? E porquê este fascínio pelo Damas?

O que não sabia, aprendi. Aprendi quem era “o Damas” e o que ele significava e porque é que os sportinguistas se deviam pôr em sentido cada vez que o nome dele é pronunciado.

Vi-o jogar e defender e, por vezes, fazer o papel do tal miúdo holandês que impediu a inundação pondo o dedo no buraco que havia no dique, quando tinha que suprir as deficiências do resto da equipa na tenebrosa segunda metade dos anos oitenta. Podia não haver uma grande equipa do Sporting. Mas havia grandes Sportinguistas na equipa. Como o Manuel Fernandes. Ou o Damas.

O Damas acabou a carreira, mas nunca nos deixou. Fez parte da grande dinastia de guarda-redes do Sporting que incluíra, antes dele, Azevedo, Carlos Gomes e Carvalho, mas não era só isso. O Damas, como diriam os ingleses, sangrava verde e branco. Não se podia conceber o Sporting sem o Damas. Ou vice-versa.

O Damas ficou doente. Essa doença senti-a como se fosse a de um familiar ou de um amigo. Os adeptos podem ter muitos defeitos, mas nunca faltam à gratidão para com quem serviu o seu clube leal e dedicadamente. Nunca deixam de se afligir e se alegrar com o que vai acontecendo aos que foram os seus ídolos, de infância, de juventude, de idade adulta. Ou mesmo com o que sucede ou sucedeu aos que jogaram em tempos idos e que só conhecem pela sua fama. Ainda hoje me entristeço quando me lembro, por exemplo, que o Peyroteo, esse homem forte e poderoso que reinava nos campos de futebol como um colosso, acabou a sua vida amputado e confinado a uma cadeira de rodas. E o Peyroteo deixou de jogar décadas antes de eu nascer e quando morreu eu era uma criança.

O Damas morreu. Eu digo-vos que a sua morte seria sempre prematura, mesmo que ele tivesse vivido noventa anos. Mas desgraçadamente foi prematura demais, veio pouco antes dele fazer 56 anos. Todos o homenagearam, os sportinguistas, os não-sportinguistas, os antigos colegas e os antigos adversários. Os jornais apareceram cheios de histórias. Algumas, claro, sobre as suas proezas futebolísticas. Outras sobre a sua vida fora dos relvados. Foi-nos lembrado (como se nós precisássemos de ser lembrados) que o nosso antigo guarda-redes fora também um homem exemplar, generoso e bom, capaz até de convidar um sem-abrigo para a sua mesa, para lhe dar a provar uma posta de pescada. Um homem afável, modesto, que vivera a sua doença com a mesma dignidade e coragem de sempre.

Se tiverem interesse em saber a opinião de um benfiquista sobre o Damas, mais vale lembrarem-se do que disse uma vez o Eusébio. Perguntaram-lhe qual a sua melhor memória do velho Alvalade e ele não falou em golos que tivesse marcado, nem em vitórias do Benfica. Falou numa defesa. Numa monumental defesa do Damas que se sobrepunha a todas as outras recordações. Falou quem sabe.

Chegou o dia em que o Sporting jogou em Alvalade (o novo) pela primeira vez depois da morte do Damas. Eu estava lá, no lugar que ocupo desde a inauguração do Estádio. Curiosamente, também estava em Alvalade (o velho) no dia em que o minuto de silêncio foi preenchido com aplausos pela primeira vez, creio que em qualquer estádio português. Foi na homenagem ao Travassos. Lembro-me bem, a iniciativa partiu da Juve Leo, a mensagem foi transmitida por megafone: “vamos aplaudir o nosso amigo Travassos”. Quem estava lá não se deve ter esquecido. Nem que seja por ter participado da última ovação tributada ao querido Zé da Europa num jogo do Sporting.

Quando chegou o minuto de silêncio pelo Damas, já todos sabíamos que Alvalade iria abaixo com aplausos. O que não sabíamos à partida (embora o pudéssemos ter adivinhado) é que não nos chegaria um minuto. Pelo contrário, quando o árbitro apitou no fim desse minuto e os jogadores se dispuseram a começar a partida, os aplausos continuaram. Se a memória ou a emoção não me atraiçoam, até aumentaram de intensidade. O árbitro ficou confuso, hesitou e só depois apitou para dar início ao jogo. Sempre sob uma ovação estrondosa, que ainda durou mais algum tempo. Agora compreendo que quisemos que aquela homenagem fosse mais poderosa, mais memorável, mas sentida do que as outras. Talvez porque o Damas foi levado cedo demais. Talvez pela injustiça da sua doença, sofrimento e morte. Talvez porque, como bons sportinguistas, nunca o esqueceremos, e ensinaremos as gerações futuras a nunca o esquecer. Tal como outros (que em muitos casos também já partiram) nos ensinaram a honrar a memória de Stromp e Hilário, Pireza e Azevedo, Yazalde e Morais, Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos e Albano.

O nosso gesto não passou despercebido. O cronista da “Bola” compreendeu o que se passara e deu tons épicos ao seu relato, que apareceu no jornal do dia seguinte. “O Povo”, escreveu ele, não se quis limitar a um minuto e “mandou” que a homenagem durasse mais do que o que vem estipulado nos regulamentos.

E qual é a moral desta história (que temo que se esteja a tornar demasiadamente sentimental)? Há sessenta ou setenta anos o guarda-redes do Celtic John Thompson chocou com o avançado do Rangers Sam English e sofreu tais lesões que morreu. Diz-se que enquanto o levavam para fora do campo, estando prestes a perder o conhecimento, lançou um último olhar para a sua baliza, como se se perguntasse quem a defenderia a partir dali. Desde então que os adeptos do Celtic cantam em sua homenagem uma das mais belas canções jamais criadas no mundo do futebol, aquela que contém os versos “So come all you Glasgow Celtic/ Stand up and play the game/ For between your posts there stands a ghost/ Johnny Thompson is his name”. Agrada-me pensar que sempre que uma equipa do Sporting entrar em campo, seja onde for, o Damas estará presente entre os nossos postes, não para os assombrar, mas para proteger quem quer que ocupe um lugar que, de certa maneira, ainda é e sempre será seu de direito."

Excertos do texto publicado por Pireza, no Fórum SCP

sábado, junho 06, 2009

O RUMO ESCOLHIDO

Pela segunda vez os sócios do Sporting, e agora num número que não deixa margem para dúvidas, escolheram um determinado rumo para o clube.

Não importa agora discutir se foi a opção certa, cada um terá o ideal de clube sonhado, o meu certamente não é nem nunca foi este, mas porque acho que a escolha é feita em consciência, mal informada mas em todo o caso, em consciência, só me resta dar os parabéns a Bettencourt e à sua equipa e apoiantes.

Tenho muita pena que um projecto com excelentes ideias e gente muito capaz tenha perdido, e de forma absolutamente clara, para uma cara.

Fica o meu agradecimento a um grupo de leões valoroso, a começar pelo Pedro Cunha, passando pelo João Mineiro, Nuno Paiva e acabando no Francisco Leitão ou no Luís de Magalhães, com quem partilho uma visão de clube que, ficou ontem definitivamente claro, não interessa à maior parte dos restantes sportinguistas.

Fica também a magoa por não se ter conseguido fazer passar a mensagem, no que a imprensa teve (como tem sempre) um papel fundamental. Pelos vistos ficou provado que afinal a imprensa não quer tanto mal ao clube, isto ao analisar as reacções dos apoiantes de Bettencourt. Veremos o que acontecerá no decorrer da próxima época e se os jornalistas voltarão a ser responsabilizados por incapacidades próprias.

Não foi um processo eleitoral equilibrado, para o que terá contribuído também alguma inexperiência da candidatura Ser Sporting. Mas foi o suficiente para entender que existe uma vontade muito grande de mudar o paradigma do Sporting associativo para o de Sporting empresa, o que recebe hoje muito mais aceitação do que no passado. Resta saber quais os custos no futuro e que comportamentos terá então a massa associativa do clube.

Para já ganhou força imensa a ideia de que não existem responsáveis pelo estado do clube, devendo-se tudo a uma questão de sorte e azar, quando não se admite que está tudo sob controlo.

E quando o rumo e a estratégia vira pela terceira vez (depois de Roquette/Dias da Cunha e de Soares Franco) e as pessoas conseguem passar de barco para barco sem molhar os pés, está o assunto encerrado.

Da minha parte, e apesar de algum distanciamento no passado e durante parte do processo eleitoral, cá continuarei para fazer a minha análise e para manter a participação na vida associativa do Sporting, enquanto isso for possível.

E agora, depois de um curto período de férias, deixe-se a nova direcção trabalhar que os grandes desafios estão já aí, e a exigência, pelo menos a minha, é, como sempre, muito alta.

terça-feira, junho 02, 2009

Vergonhoso....


Nem vale a pena comentar. Numa entrevista em que devia ser um veiculo de informação aos sócios. O sr.Eduardo Barroso teve uma atitude no minimo intragavel e que é tudo aquilo que quero bem longe do SCP. Fuga ao dialogo e apenas e unicamente guerrilha verbal. É pena que assim seja porque acções destas apenas fazem afastar ainda mais as pessoas do clube. Ao tomar a defesa de JEB e abdicando de ter uma postura democratica Eduardo Barroso mostrou a verdadeira face negra do corporativismo da actual Sad leonina.
É triste.

SL