domingo, outubro 10, 2004

Equilibrio financeiro.

Que a nossa situacao financeira e ma ja todos sabemos. Que e certamente um trabalho muito dificil gerir financeiramente o Sporting tambem acho que esta claro. Alias, e dificil gerir qualquer clube nacional, seja qual for, mesmo com a obtencao de resultados (o FC Porto que o diga, depois de sabermos que se nao fosse a receita das vendas recentes de jogadores, o resultado operacional do ultimo ano seria quase tao mau como o nosso).

Eu entendo a posicao dos nossos dirigentes e a politica que decidiram adoptar para gerir financeiramente o Clube... so nao estou de acordo com ela. Mas sou sincero e assumo que a alternativa que defendo podera estar ainda mais errada do que a actual, tudo dependendo do bom senso com que fosse aplicada.

Desde logo nao aceito que o equilibrio (eu diria contencao, porque me parece muito dificil, para nao dizer impossivel, que o Sporting possa equilibrar as contas de uma forma sustentada) seja feito a expensas da equipa de futebol, ate porque nao foi esse tipo de politica que os actuais dirigentes prometeram.

As receitas ordinarias do Sporting (sem as "valiosas" transferencias) ficam muito longe do necessario para cubrir as despesas, mesmo com a actual politica de forte contencao salarial. Mas esse era um cenario ja conhecido ha muitos anos, ainda mais por estes dirigentes que levaram a cabo um batalhao de estudos de viabilidade e sei la mais o que...

E necessario entao aumentar o volume de receitas, sobretudo as fixas, que pelo seu caracter nos permitam consolidar uma estrategia sabendo de antemao que nao teremos surpresas desagradaveis no futuro.

Essas receitas ate ao momento nao foram conseguidas, nao obstante as promessas e os indicadores com que o Projecto Roquete conseguiu atrair a maioria dos Sportinguistas.

Em todo o caso eu continuo a esperar ate 2005 para saber se afinal o "genio" gestor dos nossos dirigentes se comprova e as infraestruturas em que investimos de forma tao forte conseguem dar os seus lucros.

O outro tipo de receita, aquela que esta dependente da competitividade do futebol (transferencias, premios de desempenho da UEFA e relaccionados) parece ter sido o elegido para se tornar na alavanca da recuperacao financeira, ao ponto de gerar o ja famoso (e hilariante) paragrafo no relatorio de contas... "De salientar a nao participacao na Champions League, com um prejuizo de 5 milhoes de euros...".

Ate neste exemplo se ve a falta de ambicao actual do nosso Clube. Ou seja, assume-se uma participacao em determinada competicao, mas em vez de se presumir uma BOA participacao, potenciadora de ganhos financeiros de relevo, limitamo-nos a presumir o "ganho minimo obrigatorio"... sintomatico.

Resumindo... Os actuais dirigentes planearam uma forte reducao de custos (nas despesas com pessoal - competitividade futebolistica), esperando ainda assim que as receitas fossem incrementadas, nomeadamente atraves da competitividade da equipa de futebol (!!!), da venda dos melhores jogadores (ainda menor competitividade futebolistica) e da sempre comprovada colaboracao dos Sportinguistas, a quem foi prometido em troca... competitividade futebolistica.

Felizmente que todo este tema estara resolvido ja daqui a uns meses, com o equilibrio definitivo das contas e o Sporting em condicoes de poder finalmente investir ao nivel dos adversarios no reforco do seu plantel de futebol...

Nessa altura, assumindo que la chegamos como nos foi prometido, ficaremos a espera que os nossos principais rivais fechem as suas portas, dada a radical diferenca de estrategias em relacao ao nosso Clube, que lhes permitiram alcancar excelentes resultados desportivos, certamente arruinando as suas possibilidades de viabilidade futura.

Tambem pode acontecer que nada disso de passe e que afinal os nossos adversarios se mantenham competindo de igual para com o Sporting, restando nessa altura fazer as perguntas:

Afinal quem estava certo?
Quem errou?
E quem sera responsabilizado?