sábado, outubro 16, 2004

Competitividade desportiva.

E concerteza a area onde os resultados sao mais aleatorios e uma boa (ou mesmo excelente) gestao nao e sinonimo de sucesso.

Ainda assim existem niveis diferentes de sucesso, dependendo da mentalidade e dos objectivos a alcancar.

A proposta que foi feita aos Sportinguistas (em 1995/96) baseava-se no aproveitamento e potenciamento da formacao do Clube, tornando assim possiveis 2 objectivos:

Bons resultados financeiros atraves da constituicao de um plantel com menor recurso a investimentos pesados e possibilidade de futuras mais valias

Bons resultados competitivos, pelo aproveitamento dos recursos proprios, traduzidos em jogadores formados respeitando a identidade do Sporting de acordo com determinada filosofia desportiva

Quem nao aceitaria e defenderia um projecto assente nestas vertentes, tendo como pano de fundo a resolucao dos problemas financeiros acompanhada de um reforco da mentalidade competitiva?

O problema e que os objectivos iniciais estao muito longe de se cumprirem, com a agravante de observarmos uma mudanca constante na filosofia que se pretendia implementar e consequentes estrategias.

Nenhuma equipa resiste a sangrias semelhantes as que foram efectuadas no Sporting, sobretudo se nao existe uma base solida para potenciar o desenvolvimento dos novos jogadores que chegam ao Clube... ou seja, meia duzia de jogadores de boa qualidade e com experiencia comprovada.

O Sporting vendeu alguns jovens jogadores de grande potencial por verbas muito interessantes (Simao, Duscher, Delfim, Viana, Quaresma, Ronaldo).

O problema e que ao mesmo tempo e por verbas nao tao interessantes, vendeu (Sa Pinto, Marco Aurelio, Vidigal, Bino) e desbaratou (Acosta, Ayew, Mpenza, Di Francheschi, Babb) o "nucleo" necessario para que os jovens jogadores que poderiam constituir o reforco do plantel se pudessem ambientar e ganhar a experiencia necessaria.

Se a isso juntarmos o desinvestimento generalizado de ha 2 epocas a esta parte, que os pontuais bons negocios nao escondem (Liedson, Roca e talvez Polga), ou os investimentos sem logica (Hanuch e Tello), poderemos entender melhor como e que chegamos a esta altura sem possuirmos um grupo forte (ao contrario do que ainda nos querem fazer crer) e sem o minimo de qualidade (que ja e impossivel esconder).

Como entretanto tambem nao foi colocada em pratica nenhuma estrategia convincente e acima de tudo coerente, que passaria por respeitar uma filosofia de escolha do treinador, modelo de jogo, mentalidade competitiva, regras disciplinares e aposta real nas equipas jovens, as duvidas que assaltam os Sportinguistas mais exigentes provocam todo este ambiente de desconfianca generalizada na capacidade de quem gere o Sporting actualmente.