terça-feira, janeiro 23, 2007

E FEZ-SE SILÊNCIO

Não costumo ver o programa desportivo O Dia Seguinte, da SIC.

Não vejo desde logo porque no dia seguinte trabalho e não tenho vida para ficar até à uma da manhã a ver TV (a menos que seja o Dr. House).

Depois porque não gosto especialmente dos intervenientes, gente que representa bem o lado negro do futebol em Portugal, aparentando distância e imparcialidade na análise aos temas mas mantendo as "ligações" às pessoas que mais contribuem para o estado caótico daquilo que comentam em estúdio.

No entanto ontem, durante meia dúzia de minutos, deixei-me ficar a ver o programa, já nem sei bem porquê.

Eis senão quando, na eterna discussão acerca do "sistema", com base no recente lançamento de nova edição do livro Golpe de Estádio, do jornalista Marinho Neves (e ex assessor da Câmara de Marco de Canaveses, ficámos ontem a saber através da afirmação venenosa* de Guilherme Aguiar, que no entanto se enganou geográficamente, porque lançou Gondomar inicialmente), o representante do FC Porto contra-atacou a posição de Dias Ferreira questionando directamente o sportinguista acerca da existência do "sistema" nas décadas anteriores ao período áureo dos azuis.

E a resposta não poderia ter sido a melhor, calando imediatamente Guilherme Aguiar.

O que Dias Ferreira afirmou foi aquilo que também eu sempre defendi relativamente a esta questão (e que devo ter escrito algures neste blog no passado), isto é que todos os grandes, em diferentes períodos da sua história, beneficiaram de um conjunto de ajudas externas que possibilitaram/potenciaram a qualidade das suas equipas de futebol.

Quem gosta de futebol e analisa a sua história de forma imparcial, sabe bem que esta é uma verdade irrecusável.

* venenosa porque Guilherme Aguiar lançou a informação procurando denegrir a respeitabilidade do jornalista, sobretudo ao associá-lo ao epicentro do Apito Dourado, Gondomar, no que posteriormente foi corrigido pela produção do programa.

Ao ouvir Guilherme Aguiar lembrei-me imediatamente das antigas prestações de Poncio Monteiro, que se apresentava no programa na posse de informações, algumas delas de carácter privado relativas a pessoas e situações, que revelavam bem a forma quase "pidesca" como o FC Porto, através dos seus dirigentes, controlava todos os aspectos respeitantes ao ambiente especifico que rodeia o futebol em Portugal.