sábado, outubro 01, 2005

Os incidentes...

Considerar agressões a jornalistas aquilo que foi possivel observar através das imagens televisivas tem muito que se lhe diga.

Para uma inocente senhora de 70 anos não dúvido que o comportamento de alguns (poucos, muito poucos) Sportinguistas tenha sido violento e os pobres jornalistas que só estavam a fazer o seu trabalho tenham sido vitimas de uma barbaridade.

Para mim, conhecedor dos meandros do jornalismo desportivo e da dinâmica de uma claque de futebol (ou simplesmente de um grupo de adeptos de futebol) o que se passou foi um episódio secundário e que tem motivos que um observador normal não consegue alcançar.

Não sou por principio adepto de violência, embora não ofereça a outra face nem espere demasiado tempo a responder a uma agressão ou provocação. Infelizmente e com muita frequência, esse é um comportamento obrigatório do ser humano, numa sociedade cada vez mais agressiva a todos os niveis.

Até ter visto as imagens da confusão de ontem á noite, achei o comportamento dos Sportinguistas incorrecto.

Porque defendo uma exclusão dos jornalistas da vida do Sporting, proibindo-os de aceder ao Estádio ou á Academia na sua condição profissional (se quiserem comprar bilhete e fazer o seu trabalho estão á vontade), defendendo também um completo "black-out" da parte dos profissionais ao serviço do Clube e dos seus dirigentes em relação a toda a imprensa (não apenas a desportiva), mas sabendo que os jornalistas presentes estavam lá "convidados" pelo Sporting e a realizar o seu trabalho (de forma profissional seria de esperar), as atitudes violentas dos Sportinguistas seriam sem dúvida de criticar.

A questão é que os jornalistas (ou alguns jornalistas) não estiveram lá a fazer o seu trabalho de forma profissional. Estiveram lá com uma "agenda" especifica, procurando aquilo que mais convém á entidade empregadora... o "sangue", sem respeito nenhum pela profissão que exercem e pela entidade que lhes abre a porta para que façam o seu trabalho de forma imparcial.

São os mesmos "profissionais" que não escondem nos relatos, nas crónicas, nas reportagens e nos comentários que fazem uma extrema parcialidade em relação ao Sporting. São os mesmos "profissionais" que vão ao ponto de inventar noticias ou pagar por elas, só para aumentar um pouco mais o rating ou a venda do seu produto.

Hoje, quando "li" a expressão corporal dos dois jornalistas visados nos acontecimentos de ontem á noite, no momento em que saiam de Alvalade acompanhados pelo presidente do Clube e pela escolta policial, fiquei sem dúvidas nenhumas... apanharam pouco, quase nada.

Aquilo que a expressão corporal dos referidos jornalistas "dizia" era algo como "Esta merda é toda nossa".

Ao melhor estilo hooligan, que tanto criticaram nos adeptos que os tentaram agredir, estes "profissionais" mostraram a sua verdadeira face. Provocação pura foi a sua mensagem para quem conhece bem a tribo do futebol e a sua linguagem muito especial. Um qualquer elemento de uma claque de clube adversário não se comportaria de forma mais provocante.

Para terminar, que isto já vai longo, gostava ainda de marcar um outro aspecto daquilo que foi possivel observar dos desacatos de ontem.

Dizem que foi a Juve que provocou tudo, que eram os seus elementos que estavam na primeira linha... pois bem, eu não sei, mas o que pude ver através das imagens foi uma cena muito diferente.

Estariam membros da Juve metidos ao barulho? Sem dúvida.

Mas eram apenas membros da Juve que lá estavam? De maneira nenhuma, a menos que a claque Leonina já tenha associados acima dos 60 anos. É que eu vi mais que um elemento já com respeitável idade a tentar "cravar a garra" nos homens da imprensa, curiosamente ambos protegidos por vistosas moçoilas que ainda não consegui perceber que faziam ali.