terça-feira, outubro 18, 2005

Que profissionalismo afinal?

“Como é possível blindar um grupo de rapazes novos, na flor da vida, muitos deles tendo feito uma evolução muito rápida que os sujeitou às mais diferentes pressões, sem pressão, longe da família? Como é possível, face aos insultos nos jogos?!”

Dias da Cunha na conferência de imprensa de hoje, retirado do Site oficial do Clube

As declarações dos intervenientes da conferência de hoje, que são (eram) os máximos responsáveis pelo futebol do Sporting dariam para ser comentadas em livro com vários volumes, tal a quantidade absurda de equívocos.

Mas neste post gostaria de comentar a afirmação proferida por Bonzo el Payaso e que reproduzo acima.

Noto com surpresa (ou talvez não) que os jogadores do Sporting continuam a ser um grupo de rapazes na flôr da vida, ao passo que os das claques do Clube, ou simplesmente adeptos, já são energúmenos e veículos instrumentalizados de uma campanha maléfica. Não há mesmo nada mais a dizer, o homem está doente.

Mas o comentário revela uma atitude perante o fenomeno futebolistico que não consigo entender, sobretudo proferida por alguém que representa uma estratégia de mudança assente em bases de puro profissionalismo na gestão do futebol e do Clube em geral.

Porque esta incoerência não se pode manter nem defender. Foram os jogadores que escolheram o profissionalismo em detrimento do romântico "amor á camisola". São eles que olham primeiro para o contrato, tentando "sacar" o máximo possivel. Quem emigra para a Russia, por exemplo, á procura das "verdinhas" são os tais rapazes.

Da mesma forma, foi a pedra de toque de todo o Projecto levado a cabo no Sporting, a profissionalização da gestão do Clube, com o surgimento de gente vinda não se sabe bem de onde para administrar e gerir um Clube desportivo com 100 anos de historial, saindo muitos deles de uma situação financeira sofrível para passar a serem muito bem remunerados.

Ora como podem estas pessoas, Cunha, Andrade, Meireles e até Peseiro, manter este tipo de discurso de "desgraçadinhos", quando todos eles enveredaram de livre vontade e sendo bem recompensados, por esta área profissional?

Eu apoio o meu Sporting e se entendo, considerando-me suficientemente inteligente e sobretudo lúcido, que quem o dirige e representa não está a fazer um bom trabalho, sinto-me completamente á vontade para criticar de todas as formas que entender.

Que os dirigentes do meu Clube entendam de uma vez por todas. Os jogadores de futebol são profissionais MUITO bem pagos, a quem é exigido que responda profissionalmente nos treinos e nos jogos... em todos.

Mais ainda, quem já paga através das quotas ou da compra de produtos do Sporting, e ainda se esforça financeiramente para entrar em Alvalade para assistir a um espectaculo, deve naturalmente EXIGIR o retorno desse "investimento".

Aquilo que não pode acontecer é os dirigentes do Sporting pedirem aos Sportinguistas todos os esforços possiveis e imaginários, muitas vezes exigirem-no, como se fosse uma obrigação, e depois não contentes com o facto de "agredirem" os Sportinguistas de formas que nunca julguei possiveis, ainda fazerem este "choradinho" na defesa dos profissionais do Clube.

Todo este comportamento é tão inqualificável, tão incoerente, tão pouco em linha com o que deve ser a atitude dos principais dirigentes do Sporting Clube de Portugal, que só neste aspecto encontro uma razão mais que suficiente para se convocarem eleições para o Clube e para deixarem os sócios decidirem que rumo querem para o Sporting.