sexta-feira, janeiro 13, 2006

Pode parecer, mas não ando a dormir!!!


A entrevista do Filipe

A entrevista dada pelo actual Presidente do Sporting, que passarei a designar por Jameson Fraco, teve uma grande virtude. Deixar claro qual o caminho que o “delfim” de Dias da Cunha (e de José Roquete, porque não admiti-lo) preconiza para o Clube.

As suas ideias há muito são conhecidas, pelo que não constituem motivo de surpresa. Do mesmo modo que é conhecida a sua inabilidade para se expressar correctamente em português, fruto, diz quem sabe, das suas inclinações “liquidas”. Mas ao facto de não existir uma correcta gestão do discurso e da imagem já os Sportinguistas estão habituados.

Devo assumir que algumas das propostas me parecem naturais, como já o eram há 10 anos quando a equipa que entrou para liderar os destinos do Clube (e onde o Jameson desempenhava papel importante) entendeu seguir outro caminho.

E é aqui que começa o meu desagrado pela prestação televisiva do dirigente máximo do Sporting.

Como se explica (não é necessário porque o jornalista de serviço, revelando também ele pouca aptidão para o trabalho, não lhe colocou a pergunta) que depois de ter estudado, apresentado, defendido e implementado uma determinada estratégia, que além do mais implicou sérios reveses nas prestações desportivas das diversas modalidades desportivas, passados 2/3 anos se pretenda inverter completamente o planeado?

E como aceitar que, alguém que deteve grande parte do poder de decisão na implementação dessa estratégia, venha agora candidamente afirmar que não quer discutir o passado?

Para mim está claro que os responsáveis pelo estado aparentemente caótico em que o Clube se encontra devem ser penalizados, quer legalmente, respeitando o que estiver disposto nas regras gerais das SAD, quer disciplinarmente pelo próprio Clube, em sede própria.

Eu sei que ainda existem alguns Leões, quais Asterixes confinados ás suas pequenas aldeias Leoninas, que continuam a dar crédito a este tipo de figuras patéticas, que já nem se importam em esconder os seus verdadeiros objectivos. Para aqueles já nem a poção mágica lhes valerá.

Todos os outros vão ter agora a oportunidade de mostrar ao grupo de chulos que se instalou no Sporting a porta da rua, sem antes, repito, deixarem de os responsabilizar pelo mal que fizeram ao Clube.

Mas passo então a comentar alguns dos pontos mais relevantes da entrevista, servindo-me para tal do que foi publicado no Site do Sporting, onde não estão reflectidos todos os pontos tocados por Jameson, nomeadamente a comparação efectuada pelo ainda Presidente do Sporting entre a grandeza do nosso Clube e a de um outro rival que veste de vermelho garrido. Adiante.

“O presidente leonino admitiu a hipótese de ser candidato às eleições, se os associados confiarem no projecto de reestruturação que tem em marcha para o Sporting.”

Ora se bem entendo, Jameson avançará para eleições se os Sportinguistas apoiarem o seu Projecto II, porque para que este se concretize é necessário o aval dos sócios. No entanto esse Projecto II já está em marcha... Só eu vejo aqui a primeira incoerencia e já agora, a primeira falta de respeito para com os Sportinguistas?

“Uma das variáveis prevê a alienação de património (Edifício Sede, Alvaláxia, Clínica CUF e o health club da cadeia Holmes Place)”

Aqui está uma das vertentes em que concordo com a opção. Mas atenção, é necessário saber, se possivel através de empresa diferente daquela que fez o estudo inicial de viabilidade dos investimentos, se o patrimonio (ou qual) é viável ou se o problema foram os metodos de gestão aplicados.

Óbviamente, e apesar da tentativa de fazer passar a mensagem de que os “activos” actuais na área do património são superiores ao passivo, creio que só mesmo um atrasado mental (e cada vez mais creio que esse numero está subvalorizado quando se analisa a massa adepta Leonina) ainda acreditará que o Sporting, numa altura de forte recessão e tendo em conta a especificidade das estruturas, poderá recuperar a totalidade daquilo que investiu... sobretudo quando essas operações são anunciadas aos 4 ventos como a “solução final” para o Clube e o seu principal responsável se apresenta a publico na posição de desgraçadinho, só lhe faltando mesmo o cartaz com a indicação “Saldos – Aqui”.

E já nem avanço muito no detalhe, porque senão questionaria até que ponto uma investigação séria e independente não descobriria que se calhar as infraestruturas erguidas beneficiaram determinadas empresas e respectivos accionistas, da mesma forma que uma venda neste momento beneficiaria outras (ou as mesmas) empresas e respectivos accionistas.

“O Sporting tem 80 por cento da SAD. Acho que não é preciso tanto. Numa primeira fase passará a ter 51 por cento”

Fiquei um bocado na dúvida relativamente a este tema, até porque estava convencido de que por Lei os clubes não podem deter mais que 40% do capital das SAD, utilizando depois outros “artificios” para aumentar essa percentagem, o que no caso do Sporting passou, se a memória não me atraiçoa, pela posse de grande parte do restante capital pela SGPS de que o Sporting é accionista maioritário e também pela adesão de um grupo de destacados Sportinguistas (entre os quais e com enorme peso, Roquete) que se responsabilizariam por outra fatia dessa percentagem.

Em todo o caso, também aqui apoio a entrada de novos parceiros (que aliás estava já prevista desde o inicio e acerca do qual Dias da Cunha chegou a afirmar várias vezes estarem a finalizar-se os respectivos acordos) com dinheiro fresco e prontos a investir no Clube.

Ressalvo no entanto determinados pontos, como o facto de os 40% relativos ao Sporting-Clube não poderem NUNCA ser vendidos, mais a obrigação de a SGPS deter o remanescente percentual que ponha o Clube a salvo de alguma “surpresa”, tão costumeira nos meios financeiros, além de obrigar a um apertado processo de avaliação relativamente ao(s) parceiro(s) a incluir na Sociedade. Já chega, parece-me, de vender fatias gordas do Sporting á Olivedesportos ou a outra organização mafiosa do mesmo género.

Devo no entanto afirmar que não vejo bem, sobretudo se se mantiver o nível de gestão a que estamos habituados, como é que mais uma dezena de milhões de euros vão produzir uma viragem significativa no futuro do Sporting. Parece-me mais que, dando um pequeno exemplo práctico, estaremos a tratar um derrame cerebral com uma aspirina.

“Se tivermos mais investimento na SAD, canalizando maiores receitas, certamente que vamos ter uma equipa mais competitiva”

Não é totalmente verdadeiro. Aliás o próprio Jameson foi prova disso, quando ocupou o lugar de “Director Desportivo”. Por alguma razão o passivo do Sporting disparou dos 20 milhões de euros para os 75 em apenas dois anos. E não me parece que a competitividade da equipa aumentasse assim tanto. Se calhar houve gente que meteu ao bolso, mas essa é outra estória!!

“Outra das medidas anunciadas passa pela redução das modalidades profissionais, uma questão que será decidida pelos associados em Assembleia Geral. O Sporting só pode manter três porque as modalidades profissionais são negativas e dão prejuízo”

Estou de acordo. Em minha opinião o Sporting deveria ter três modalidades profissionais. Futebol, Atletismo e Ciclismo. Para estas deveria existir um esforço por parte do Clube no seu desenvolvimento e sustentabilidade.

Todas as outras (e deveriam ser no maior numero possivel) seriam apenas de formação, completamente amadoras, mantendo o cunho eclético do Clube e providenciando aos Sportinguistas um espaço de prática desportiva, ao mesmo tempo que promoveriam o ideal Leonino.

“O presidente avançou com o possível encerramento do Bingo, se não tiver receitas a curto prazo”

É mais do mesmo... o problema está no Bingo, que recordo, sempre deu lucro, ou na inabilidade genética dos dirigentes do Projecto?

Aliás esta atitude tão tipica dos “pobres de espirito” (não consigo, desisto) perpassa todo o Clube e é uma das razões pelas quais os profissionais do futebol se marimbam para os resultados, e também motivo para a descida abrupta do nivel de exigência dos Sportinguistas, que já se satisfazem ao ganhar aflitivamente ao Vizela, aplaudindo indiscriminadamente todo o bicho feio que veste a camisola do Sporting, mesmo aqueles que, comprovadamente, brincam com esse simbolo do Clube.

“Só é um problema porque é altamente deficitário. Dentro de 30 a 60 dias será apresentado um projecto aos sócios, para que o Clube possa continuar a ter um Jornal”

O problema do Jornal do Sporting sempre foi só um... a falta de profissionalismo do projecto.

Fosse o Jornal do Sporting uma fonte imparcial de informação, defendendo o Clube na sua vertente mais importante, usando da critica construtiva para apontar soluções, em vez de ser aquilo que sempre foi (umas quantas páginas de papel que nem para limpar a peida servem), aposto que não seria um problema... ou melhor, para esta gente de horizontes limitados e agarrada ao poder, o problema manter-se-ia, já não poderiam era apontá-lo como uma questão financeira.

“O Sporting recebeu da autarquia 10 milhões de euros, e o Benfica 49 milhões, enquanto o Porto teve uma participação nas infra-estruturas por parte da Câmara de 150 milhões de euros”

Esta parte da intervenção do Jameson fez-me lembrar aquelas conversas dos meninos acerca do tamanho das respectivas pilas...

Antes de mais assumo que não tive nem a paciência nem o tempo (e provavelmente não saberia interpretar o documento, porque sou burro que nem as casas) para ler o relatório em causa. Mas fico com a ideia que o nosso 1º está a misturar alhos com bugalhos.

É que uma coisa são as ajudas dadas aos clubes através da comparticipação do Estado, outra aquelas que receberam das autarquias relativamente a acessos e outras infraestruturas.

Eu ficarei aborrecido se me disserem que ao Sporting passaram para a mão (sem fazerem o devido acompanhamento) só 10 milhõezitos (que para pouco mais do que um Tello daria), ao passo que aos azuis deram 15 vezes mais, dando-lhes assim a possibilidade de reforçar convenientemente a equipa de futebol.

Como ao que tudo indica, estes valores dizem respeito efectivamente ás verbas dispendidas em acessos e demais estruturas de “apoio” aos estádios, o que no caso do Porto implicou uma renovação urbanistica semelhante em principio á que aconteceu no Parque das Nações, mal comparando, fico sem saber como é que a partir desse prisma se parte para a comparação acerca da competitividade desportiva.

Mas mesmo que assim não fosse, foram os dirigentes do nosso Clube que optaram por “ajudar” (coitaditos) a Camara Municipal de Lisboa, reformulando inclusivamente projectos que estavam definidos, de forma a poupar ao máximo as verbas a dispender pelo erário público. E o povo Leonino, na sua esmagadora maioria, bateu palmas. E o Jameson fazia parte da Administração Sportinguista. E assume que o Clube não tem lobbies por decisão própria.

Então agora queixa-se de quê? E os restantes Sportinguistas, alguns dos quais até mafioso me chamaram por querer que os nossos dirigentes não fossem parvos?

“A formação do Sporting também foi um dos aspectos abordados pelo presidente verde e branco, já que o objectivo, segundo Soares Franco, é ter o maior número de jogadores do plantel principal formados na Academia”

Acho muito bem, ficam a faltar os tomates para apostar efectivamente nessa politica, em vez de deixar Hugo e Cia em Alvalade, para emprestar Varela e Semedo.

E fica também por explicar porque razão o Sporting terminou com a equipa B, passo seguinte e importante na formação dos jovens que saem dos Juniores, sobretudo porque durante anos entregaram a área técnica a um tal Alegria, um pateta alegre, ex membro dos Diabos Vermelhos, mau profissional, de carácter desprezivel, porco por natureza e candidato perfeito ao empalamento.

E pronto, comentei os pontos que achei mais relevantes, nesta primeira (e espero que ultima) aparição do mais recente pesadelo Leonino, e já referenciado por mim (não agora, há anos) como um dos perigos eminentes á sobrevivencia do Clube.

Neste momento, pessoalmente, Filipe “Jameson” Fraco é o maior inimigo do Sporting. É um alvo a abater... ele que não se mexa depressa e ainda vai ver o que lhe acontece!!!

A todos os amigos Sportinguistas, os mais chegados, os das tertulias, ou aqueles que de vez em quando por aqui aparecem, apenas desejo que mantenham os olhos abertos e a atenção redobrada, porque o futuro do Clube vai decidir-se nos próximos meses, e quando analisamos a situação globalmente, também nós somos responsáveis pelo que está a acontecer ao Clube, seja por apoio cego (aceito que involuntário) seja por inacção (aqui incluo-me eu).
Aos que ainda defendem os “bichos” que lá estão... a esses, com todo o respeito, que sofram até ao fim dos dias com um ataque contínuo de hemorroidal.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Lê o meu post de 26/12/05. Vai te deixar a pensar. Se estiveres de acordo podemos trocar de links.

8:44 da tarde, janeiro 13, 2006  

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