TRÊS REALIDADES DISTINTAS

O jogo de ontem em Alvalade foi no mínimo esquisito.

Marcar 5 golos em 19' não é de forma nenhuma habitual, muito menos quando 4 desses golos são marcados por Bueno.

Ontem a historia do jogo passou por três realidades bem diferentes entre elas.

Os primeiros 45' foram bem jogados pelo Sporting, antes e mesmo depois do golo dos madeirenses, que já agora lembro estavam (e ainda estão neste momento) em 6º lugar na Liga e é um adversário tradicionalmente complicado.

É verdade que se assistiu a partir de certa altura a um certo desnorte da parte do Sporting, bem aproveitado por um Nacional matreiro e com jogadores que sabem jogar e são experientes, mas mesmo nesses momentos o Sporting pareceu sempre saber o que fazer para dar a volta ao resultado.

De repente lembro-me de três oportunidades claras dentro da área madeirense criadas pelo Yannick, que teve uma actuação muito boa nesta fase do jogo, a que se junta o remate perigoso do Caneira, que não deu golo devido à excelente defesa de Benaglio.

Por sua vez o Nacional teve 2 remates perigosos, um deu golo o outro saiu perto do poste na sequência da perda de bola infantil de Nani dentro da área.

Analisando bem o que se passou, a existir uma equipa na frente do marcador seria mais justo que fosse o Sporting que o Nacional, apesar da "vontade" expressa do comentador da TVI, que já agora presta um péssimo serviço a quem gosta de ouvir falar de futebol. Não entendo como é que a TVI continua a apostar em Manha... ou talvez entenda!

A segunda realidade do jogo de ontem teve lugar entre o inicio da 2ª parte e os 70'. Nesse período o Sporting jogou mal, com demasiada ansiedade e alguma desconcentração, o que poderia ter sido fatal no lance de Caneira, que ontem teve uma actuação discreta, para não dizer pior.

No entanto é preciso sublinhar que nesse período não se viu Ricardo em jogo, salvo no tal lance de Caneira. O Nacional controlou atrás, sem grandes dificuldades.

Finalmente nos últimos 24' de jogo, muito fruto da entrada de Pereirinha, da subida de rendimento de Moutinho e da garra "charrua" de Bueno, o Sporting partiu para uma exibição agradável mas também facilitada pela postura dos madeirenses, que foram obrigados a abrir espaços atrás (pela actuação dos jogadores do Sporting e pelo rumo do jogo), à procura de chegar perto da área do Sporting.

Em resumo, o Sporting ontem não resolveu os problemas que o afligem, sobretudo relacionados com a falta de qualidade do plantel e de opções para outros estilos de jogo, mas a aproximação à liderança do campeonato (outra grande surpresa assente numa derrota improvável do Porto) pode gerar uma dinâmica interessante no clube, assim seja bem aproveitada.

Quanto à arbitragem, errou claramente em dois campos. Primeiro deixou o Nacional endurecer o jogo, reprimindo a resposta dos jogadores do Sporting, marcando quase sempre faltas atacantes e defensivas aos leões. A falta marcada a Liedson, num lance em que o brasileiro é empurrado por um defesa do Nacional contra outro jogador madeirense, é o exemplo claro de um tipo de arbitragem muito especial. Errou no entanto ao não amarelar (no mínimo) Caneira, num lance em que o defesa leonino coloca a mão na cara de um jogador nacionalista.

Na 2ª parte errou novamente, de forma grave, ao marcar grande penalidade sobre Liedson e mais tarde ao não assinalar falta de Bueno, na marcação do primeiro golo. É verdade que o defesa não iria saltar à bola, mas a posição era dele e Bueno venceu a oposição ao, antes do cabeceamento, apoiar-se nas costas do adversário.