terça-feira, fevereiro 06, 2007

O EXAGERO HABITUAL

É certo que marcar 4 golos num só jogo, para mais quando se teve apenas meia hora para o fazer, é um facto que importa sublinhar. Mas apenas isso.

Carlos Bueno não passou de repente a ser "o novo Acosta". Muito menos a reencarnação de Yazalde.

Bueno é hoje o que foi sempre. Um avançado (e não ponta de lança, muito menos matador, como ontem li no O Jogo), sobretudo vocacionado para um estilo de jogo em contra-ataque, que depende de espaço para render ao seu máximo.

Se comparado com Forlán ou Chevanton (jogadores com a mesma idade) sai a perder, ainda que os estilos sejam semelhantes, já que todos eles baseiam o seu jogo na velocidade e rapidez de execução. Só que, ao contrário do que aconteceu com os conterrâneos, o futebol de Bueno não beneficiou do contacto com os métodos de trabalho europeus desde o início da carreira, pelo que não evoluiu da mesma forma.

Aliás em termos de experiência profissional mais exigente, não seria no campeonato uruguaio, com equipas que na Liga de Honra nacional lutariam para não descer, que se pode analisar o potencial de um jogador. Menos o de um avançado. E a realidade é que Bueno só na breve fase de JJ Carrasco na condução da selecção charrua, e depois no inicio do consulado de Fossati, período compreendido entre Julho de 2003 e Setembro de 2004, é que pôde jogar a um nível mais elevado, incluindo o desempenho na Copa América 04, de que foi aliás o melhor marcador, salvo erro com 3 golos.

E se nos lembrar-mos que esteve praticamente um ano e meio parado, entre o "caso" que manteve com o Peñarol e a falta de adaptação ao PSG, é fácil perceber que seria sempre complicado chegar ao Sporting e tornar-se numa referência atacante.

Repare-se também que salvo o ultimo golo, onde existe um bom trabalho técnico que aliás não é fruto do acaso, os restantes são "simples" jogadas de ataque rápido, com a defesa adversária notoriamente descompensada e com marcações à zona, ou seja o tipo de golo com imagem de marca de Bueno, jogador com características específicas, para um género de futebol que nas competições nacionais o Sporting não tem tanta necessidade de utilizar.

Ora para quê contratar um jogador estrangeiro e caro (fazendo fé nas noticias que apontam para 1 milhão de euros o valor do empréstimo), que não se adequa às reais necessidades do plantel?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Concordo que o Bueno não é grande espingarda. Mas não é irónico que após ter marcado quatro golos, já se fala que vai sair no fim da época? Quer dizer, o Sporting só consegue ficar com a "palha", porque mal algum jogador se destaca, tem logo guia de marcha. Com o Deivid foi a mesma coisa. Isto tem algum jeito??

2:09 da tarde, fevereiro 08, 2007  

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