ENTULIPADOS

Ora vejamos.

Sou convidado pelo embaixador do Uruguai para a inauguração de um restaurante no Algarve, com ementa e produtos genuínos dessa minha segunda pátria (a quem interessar, é o antigo Ermitage, na Casa da Torre, Almancil).

Tenho ainda por cima a possibilidade de "cobrar" uns favores e conseguir a pernoita à borla em Hotel 5*.

E que faço? Digo à cara metade para convidar uma amiga que eu tenho mais que fazer, ou seja, tenho a apresentação do Sporting para assistir.

E com o coração ao alto (melhor, aos pulos, porque sou rapaz de muita exigência e pouca confiança naquele grupo) ai vou eu para Alvalade, na primeira de muitas viagens ao longo dos próximos meses, faça chuva ou sol.

Dia bonito, final de tarde agradável, entrada rápida e o primeiro conforto... A visão do estádio, por aqueles momentos completamente despido de gente. Logo a seguir uma boa confirmação, uma vez que tendo mudado de sector, acabei por acertar em cheio no lugar que queria.

Às 17:45 (15' depois da abertura oficial das portas) o primeiro contratempo. O bar ainda não está a funcionar!!!

Só abrirá já depois das 18:00, com empregados ainda a arrumar produtos e sem cachorros quentes.

Por essa altura encontro alguns amigos com lugares na vizinhança, comprados só mesmo por via desta doença a que é complicado resistir, porque a confiança numa época vencedora é bastante diminuta.

Perto das 18:30 começa a função, com a apresentação dos jogadores, numa redundância relativa, uma vez que verdadeiramente desconhecido só mesmo Matías Fernandez. Apesar da boa organização, foi uma cerimónia pobre, sem grandes efeitos e pouco motivadora para quem assiste. De relevo só mesmo as maiores ovações, para Vukcevic e Liedson.

E pouco depois das 19:30 a bola começa finalmente a rolar, em mais um começo de época, com cerca de 24 mil adeptos nas bancadas, se as coloridas cadeiras (que odeio) não me tiverem enganado.

Do jogo não há muito a dizer. A uma 1ª parte tranquila do Sporting e macia do Feyenoord, onde de registo há o excelente golo de Postiga, um remate perigoso já dentro da área de Matías e uma perdida dos holandeses, fruto da continuada inabilidade da nossa equipa em defender bolas paradas, seguiu-se uma 2ª parte lamentável do Sporting, oferecendo dois golos em 4' e não conseguindo mais que uma boa jogada colectiva quase em período de descontos e dois remates com algum perigo também já no final.

Se ao intervalo o comentário era do género "isto é mais do mesmo", no final era adicionada uma preocupação clara... Como vai ser na Champions perante um adversário teóricamente superior a este Feyenoord?

Infelizmente, e ainda que tenha chegado a acreditar nalgumas mudanças da época passada para esta, o desenho táctico é o mesmo, os jogadores também, e por conseguinte, porque o timoneiro já mostrou que não consegue evoluir, os erros voltam a repetir-se.

Perfeitamente justificados os imensos assobios com que a equipa foi despedida, depois de 90' de apoio permanente e bem audível.

Para uma análise mais aprofundada (limitada pelos meus parcos conhecimentos) espero pelo primeiro jogo oficial, aceitando a justificação, mesmo que muito esfarrapada, daqueles que teimam em dizer que isto são só jogos de preparação, e que o importante são os outros... o primeiro, se por acaso estão distraídos, é já daqui a 10 dias.