O kovacevic (do blog
442), num dos seus posts da semana passada, chega a uma conclusão:
"
não são os putos, certamente, os culpados das más exibições que o Sporting teima em apresentar"
Estou totalmente de acordo com ele.
Uma equipa faz-se, seja o orçamento qual for, apostando num núcleo de jogadores forte e de qualidade (6/7), a que se devem juntar as "estrelas" (2/3) e os jogadores de 2ª linha (7/8), complementados com jovens da formação e/ou apostas de mercado nacional.
Dependendo dos clubes, das suas estratégias e das possibilidades financeiras, os "grupos" a que fiz referência terão uma constituição diferente, sendo que a proveniência dos jogadores será, também ela, específica.
No caso do Sporting, porque é uma estratégia assumida há muitos e muitos anos (quando comecei a ver a bola, em meados da década de 80, mais de metade da equipa titular era integrada por jovens da formação, ainda mais novos do que os actuais), os jovens formados na Academia assumem papeis em todos os grupos, dependendo da sua qualidade e regularidade.
Jovens são também os reforços estrangeiros que vão chegando, estando representados em todos os grupos.
Neste momento, e apesar da subjectividade da opinião, que é pessoal e susceptível de não corresponder exactamente à realidade, temos a seguinte distribuição:
Grupo "estrelas" - Liedson, Moutinho e Matías
Grupo "núcleo" - Patricio, Carriço, Polga, Miguel Veloso, Rochemback*, Izmailov, Vukcevic, Postiga
Grupo "2ª linha" - Tiago, Abel, Grimi, Pedro Silva, Tonel, Caneira, Caicedo, Djaló
Grupo "formação" - Batista, André Marques, Adrien, Pereirinha, Saleiro
Como é óbvio é ao grupo "núcleo", até mais que às "estrelas", que se deve exigir a regularidade e qualidade que sustentem toda a equipa, no sentido de se obterem resultados desportivos imediatos, mas também a correcta integração dos jovens valores que são formados ou contratados, e de uma forma geral o mesmo para qualquer jogador que entre no grupo, para que a sua adaptação seja realizada mais rapidamente e com maior qualidade.
Se olharmos bem para a distribuição, facilmente reparamos que é precisamente aí que o Sporting começa a falhar.
Jogadores como o Caneira, o Abel ou o Caicedo (este ultimo de forma relativa, já que acabou de chegar e é além do mais um jovem) deveriam estar no "núcleo", mas a sua qualidade/forma não permite contar com eles, isto apesar de na tabela salarial provavelmente terem esse "status".
Por outro lado, jogadores como Polga, Rochemback*, Postiga e mesmo Vukcevic (apesar da sua juventude) revelam tão baixo rendimento que a sua incorporação no grupo "núcleo" é mais um desejo (e uma expectativa, embora suportada) do que propriamente a realidade actual, sendo certo que na folha salarial recebem a esse nível.
Provavelmente Moutinho e Matías não deveriam ser considerados "estrelas", um porque parou a sua evolução como jogador (e a culpa não é dele), o outro porque só agora chegou e, como outros exemplos no plantel, mereceria ser incorporado pelo menos nesta primeira época num grupo menos "exigente".
Depois temos a "formação", que não só já forneceu, quantas vezes de forma extemporânea, jogadores para todos os outros grupos, quando na verdade e num Sporting bem "construído" ainda deveriam andar por aqui (Patricio, Carriço e Djaló são bons exemplos), mas também vê limitadas as possibilidades de evolução, ao não encontrar no "núcleo" e "2ª linha" o apoio em qualidade e experiência que necessitam.
Estes factores são responsabilidade directa da politica financeira/desportiva do clube, apoiados numa mentalidade pouco exigente, demasiado laxista e sempre pronta a "limpar" as responsabilidades de quem tem estado à frente da gestão do clube.
Enquanto a bitola for a
renovação com melhores condições para jogadores que estão muito longe de ter a qualidade necessária para estar no clube, quer em trabalho apresentado dentro de campo, quer na necessária participação na evolução dos jovens que "teimamos" em promover e/ou comprar para a equipa principal, o clube não conseguirá elevar o nível qualitativo da sua equipa de futebol, e por consequência, dos resultados obtidos.